
A riboflavina possui função enzimática fundamentais como componentes do mononucleótido de flavina (FMN) e o
dinucleótido de flavina e adenina (FAD), que atuam no ciclo de Krebs no
transporte de cadeia de elétrons além de funções na oxidação de ácidos graxos e de antioxidante, como componente da glutationa redutase.
A riboflavina é uma Vitamina hidrossolúvel fotossensível, sendo degradada na presença de luz, ou seja, perdem a função original da riboflavina. Na dieta a riboflavina vem na forma de FAD e FMN.
Biodisponibilidade B2
Ela se mantém estável quando aquecida,
ou seja, ela não é perdida durante o cozimento, no entanto, sob luz ela é
degradada, então alimentos que utilizam irradiação ultravioleta destrói a riboflavina,
bem como bases alcalinas. A adição de bicarbonato de sódio nos alimentos degrada
a quantidade de B2 dos alimentos.
Se degradada, a riboflavina libera
compostos que competem diretamente pela sua absorção, ou seja, se ingerimos
um alimento contendo riboflavina degradada, além da própria quantidade da vitamina
reduzida, haverá uma competição entre a riboflavina e esses compostos pelos canais
de absorção, fazendo com que a absorção da B2 seja prejudicada.
O processo de digestão e absorção
da riboflavina inicia-se no estomago com a liberação de riboflavina no
estômago com a liberação de FMN e FAD, que posteriormente são degradados em
riboflavina livres por meio da ação das fosfatases alcalinas. A absorção
da riboflavina ocorre na parte próxima do intestino delgado, no duodeno,
sendo um processo dependente de sódio.
A transformação de riboflavina até FAD
e FMN parecem ser afetadas pelos hormônios tiroidianos, o que estaria associado a redução do metabolismo.
Se houver uma hiperdosagem de riboflavina,
o organismo ativa mecanismos regulatórios que inibem a absorção de riboflavina,
se houver uma redução de riboflavina o organismo responde com mecanismos
renais para reduzir a excreção de B2.
Recomendação de B2 segundo a DRI em mg por dia
Fase da Vida | Masculino | Feminino |
---|---|---|
0 a 12 meses | Sem recomendação | |
1 a 3 anos | 0,5 | 0,5 |
4 a 8 anos | 0,6 | 0,6 |
9 a 13 anos | 0,9 | 0,9 |
14 a 18 anos | 1,3 | 1,0 |
19 a 70 anos | 1,3 | 1,1 |
Gravidez | 1,4 | |
Lactante | 1,6 |
Hipovitaminose B2
Riboflavina é fundamental no
metabolismo das células, no entanto quando há uma deficiência dessa vitamina o
organismo ainda consegue produzir energia sem grandes problemas nos mecanismos envolvendo
o FAD. Porém, há uma redução de enzimas necessárias na primeira etapa da Beta-oxidação
de ácidos graxos, fazendo com que o paciente, especialmente o indivíduo que
deseja perder gordura, tenha dificuldade.
As principais alterações observadas são:
- Queilose – feridas nas regiões nos lábios;
- Glossite – inchaço na língua;
- Hipertrofia ou atrofia nas papilas gustativas;
- Dermatites;
- Inflamação da conjuntivite;
- Neuropatias – dor de cabeça.
Indivíduos em risco de hipovitaminose
B2
A deficiência de vitamina B2 é rara,
bem como a sua intoxicação, no entanto, indivíduos com algumas condições como
cardiopatias congênitas, alguns cânceres, como os intestinais, consumo excessivo
de álcool e hipotireoidismo apresentam maior risco e deficiências ao longo da
vida, sendo fundamental a procura de um nutricionista para identificar os
sinais e sintomas e escolher a melhor abordagem de tratamento.
Fontes de B2
Fígado, carne bovina, suína, cereais fortificados, leite, iogurte, moluscos, queijos, ovos, espinafre, brócolis, banana.
B2 via microbiota
A microbiota também produz certa quantidade de B2, no entanto não está claro qual a importância da quantidade produzida sobre as necessidades diárias, sendo assim é fundamental a ingestão adequada dessa vitamina por fontes alimentares.
Referências
1. COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato. Biodisponibilidade de Nutrientes. 6ª edição. Barueri: Manole, 2020.
2. SOUZA, Ana Carolina Santos de; FERREIRA, Carmen Veríssima; JUCÁ, Marilena Bezerra; AOYAMA, Hiroshi; CAVAGIS, Alexandre D. Martins; PEPPPELENBOSCH, Maikel P. Riboflavina: uma vitamina multifuncional. out. 2005.